Mudanças climáticas e agronegócio na ABGR

A mudança climática afeta o agronegócio? Esse foi o tema de um dos painéis da tarde no segundo dia do XIII Seminário da ABGR. Carlos Branco, da Cargil Agrícola, disse que não se sabe se a mudança climática de hoje é responsabilidade do ser humano. “É inegável que os seres humanos contribuem para essa mudança. O agro contribui, mas não é o responsável”, disse ele.

Ele afirmou que a agricultura é responsável por 24% da liberação dos gases do efeito estufa. “São 3 milhões de espécies (animais vegetais) convivendo. O homem é o único que tem capacidade de reverter isso”, pontuou.

Gabriel Lemos, head agro da Swiss Re Corporate Solutions, disse que o tema é polêmico. “Temos que trabalhar em cima de dados. O mundo está aquecendo e a temperatura está mudando. isso é fato”, disse.
Miguel Almeida, do IRB, destacou que o marco regulatório é favorável a expansão do seguro rural. “Os programas de subvenção do governo são muito importantes no mundo inteiro”.

Ele lembrou que, em 2018, a Susep colocou em discussão o seguro pecuário. “O mercado todo contribuiu e hoje, a Susep entende que o seguro pecuário considera os danos diretos e indiretos”, afirmou.
Já Paulo Vitor Rodrigues, da Lockton, discorreu sobre a evolução do produto e também do potencial do mercado de seguro rural. “12% da área cultivada de soja possui seguro agrícola. É muito pouco. Na Índia, depois do seguro auto, seguro agrícola é o mais comercializado”, di.

Segundo ele, o seguro agrícola está concentrado no financiamento agrícola onde o banco exige a contratação do seguro e a venda está condicionada. Rodrigues falou ainda que existe pouca customização do produto agrícola.  “Hoje a estrutura tradicional funciona com produtividade máxima (esperada)”, disse.
Para ele, com a queda da taxa Selic o crédito agrícola vem buscando novas fontes para obter financiamento.

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P&C – Property & Casualty e a nova maneira de encarar os riscos é tema no último dia do seminário ABGR

Um aspecto muito interessante do XIII Seminário Internacional da ABGR foi reunir os gestores de risco das empresas e as seguradoras. No rastro do evento, o gerenciamento de riscos em seus diversos aspectos mostrou que a atividade no Brasil ganha a merecida projeção e virou alvo das corporações.

Rodrigo Ávila mediou o painel “P&C – Property & Casualty e a nova maneira de encarar os desafios”. Os desafios da gestão de riscos para a carteira foram apresentados pelos especialistas em recortes específicos como, por exemplo, processos de avaliação de riscos e quais cenários devem ser considerados; evolução de ambientes econômicos e, com isso, o surgimento de novos riscos relacionados ao uso da tecnologia; adoção de melhores práticas e processos de inovação em tratamento de riscos, entre outros. 

Participaram Carla Karwacka – gerente de Riscos e Seguros – Claro S.A.; Daniel Kaneko, superintendente de P&C da Lockton Brasil; Florian Lauebli, head CUO Office & Leader Platform Solutions da AXA XL; e Sidney Cezarino, diretor de Property, Riscos de Engenharia, Riscos Diversos e Energy – Tokio Marine.

Cezarino falou da estruturação do seguro de propriedade. “Tem que ter em mente que é preciso garantir a continuidade do negócio se algo acontecer”, afirmou. Ele ainda ressaltou a importância de se visitar a planta de fábrica, por exemplo. “Vemos muita falha nesse processo. Parece básico, mas vemos muitas vezes que isso não acontece”, disse.

Já Carla Karwacka deu seu depoimento como a contratante da proteção. “Como sua empresa trabalha sobre os seus riscos? O risk manager tem consciência do risco? É uma função nossa. Temos que mostrar quão importante é o nosso trabalho”.

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ABGR 2019: Lei da livre iniciativa e liberdade econômica

No segundo e último dia do XIII Seminário Internacional da ABGR, o dia começou com a discussão sobre a lei da livre iniciativa e liberdade econômica. O assunto faz sentido em um evento sobre gerenciamento de riscos já que  muitas vezes, como disse o advogado Walter Polido, mediador da palestra, as empresas não têm “liberdade de criar produtos que atenderiam melhor aos clientes”.

Por isso, a nova Lei da Liberdade Econômica, em vigor no Brasil desde o ano passado (nº 13.974, de 20 de setembro de 2019), também foi tema de plenária. A palestra abordou questões relevantes no sentido de impulsionar o mercado segurador para uma mudança de mindset, como a simplificação da atual regulamentação e a despadronização de produtos para possibilitar o desenvolvimento de novos negócios.

Com moderação de Walter Polido, sócio da Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros, contou com a participação de Cristina Tseimatzidis, head of surety and financial line da Lockton Brasil; João Di Girolamo Filho, head of surety Brazil da Swiss Re Corporate Solutions; Karini Madeira, superintendente de acompanhamento técnico da CNseg; e Marcelo Mansur, sócio da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.

Cristina Tseimatzidis falou do estágio atual no desenvolvimento dos clausulados de seguros e as perspectivas diante da livre estipulação entre as partes. Ela lembrou que a Constituição de 88 traz uma mudança de conceito de propriedade. “Por que estamos definindo clausulados e enlatados de produtos e serviços? Penso que estamos do jeito que estamos além das questões legislativas,  temos inversão de papéis, manutenção do status quo, conformismo e lentidão”, assinalou.

Ela destacou ser preciso um novo mindset. “A lei de liberdade econômica pode ser o catalizador da agenda de enfrentamento deste tema para o mercado segurador”.

João Di Girolamo Filho, head of surety Brazil da Swiss Re Corporate Solutions, fez um  comparativo entre os mercados brasileiro e americano. Ele explicou que o Brasil tem um sistema regulatório bastante intervencionista. Pesquisa do Banco Mundial (Doing Business) que compara regulamentação de negócios para empresas entre 190 países coloca o Brasil na 109ª posição. “O ambiente negocial do Brasil não é propício para desenvolvimento de seguros”, afirmou.

Ele citou como exemplo o mercado de cyber risk que nos EUA cresceu 32% em relação a 2016. “No Brasil, o clausulado tem estrutura pesada. No seguro garantia tem em média 15 páginas. Qualquer alteração que se queira fazer deve ser enviada para a Susep. É um processo burocrático de novos produtos. Nos EUA, o produto possui diferentes padronizações de acordo com a necessidade  do beneficiário e possui, em média, três páginas”, diferenciou.

Karini Madeira, superintendente de acompanhamento técnico da CNSeg falou do impacto regulatório e o papel da entidade. “O seguro é bastante regulado e acaba por engessar um pouco na criação de produtos. As regras afetam os produtos de formas diferentes. A regulação prudencial e de conduta são importantes e não são transparentes. As regras são tratadas de forma explícita na lei, mas no âmbito da federação”, disse.

Marcelo Mansur, sócio Mattos Filhos, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, disse que é preciso reconhecer que o governo que está disposto a mudar. Sobre a lei de liberdade econômica, “estamos falando de uma declaração de direitos de liberdade econômica. Tem coisa na lei que já existia, mas não exercida. Agora temos uma lei que tenta elevar alguns princípios com patamar superior. Temos que discutir o papel do regulador nisso”, afirmou.

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Susep consulta entidades antes de efetivar a autorregulação

Em entrevista coletiva para a imprensa, logo após participar de um painel na EXPO ABGR 2019, a superintendente da Susep, Solange Vieira, revelou que já está conversando com dirigentes de entidades que representam os corretores de seguros sobre a autorregulação da categoria. Segundo ela, a Medida Provisória 905/12, que efetivou a desregulamentação do Corretor de Seguros, revogando a lei 4.594/64 e vários artigos do Decreto Lei 73/66, foi necessária porque a Susep, há tempos, “não vem regulando adequadamente os Corretores de Seguros”.

Solange Vieira, mais uma vez, enfatizou a sua crença de que a categoria está suficientemente madura e responsável para se autorregular. “A autorregulação é um pleito antigo e a profissão não acaba agora. Tudo continua normalmente. A Susep não estava atuando como o regulador que deveria ser. Estamos com cadastro desatualizado há sete anos. A partir de agora, a Susep não será mais o órgão que autoriza os Corretores, credencia e descredencia.”, assinalou.

A superintendente da Susep disse ainda que, a partir de agora, a autarquia fará o acompanhamento da categoria através da Autorregulação.  “Certamente, vão surgir muito menos empresas de autorregulação do que a gente tem de corretores”, comentou.

Solange Vieira frisou também que a Escola Nacional de Seguros faz um bom trabalho e pode garantir a adequada formação do Corretor de Seguros. “A profissão não acaba. Existem cursos e programas de formação técnica. A gente aposta na capacidade do setor de se autorregular. Os novos cursos de corretores também vão depender de como quiserem construir conosco a regulamentação”, observou.

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