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ITC apresenta concurso para startups inovadoras e resilientes

A edição 2019 será do 26 ao 29/9 em Las Vegas

Las Vegas, 2019. InsureTech Connect 2019 (ITC), (www.insuretechconnect.com), o maior evento de tecnologia em seguros, com o Insurance Information Institute (III), se uniram para desenvolver o chamado “Resiliency Innovation Challenge” , uma competição destinada a startups inovadoras e resilientes, trabalhando em soluções para as preocupações cada vez mais urgentes que emergem dos desastres naturais.

É uma questão que ocupa e preocupa ao mercado global de seguros e resseguros, devido ao seu alto impacto social e econômico. Os desastres naturais ocorrem com mais frequência e causam mais danos do que nunca. Dos últimos 40 anos, 2018 foi o quarto ano mais caro em perdas seguradas, superior a 80.000 milhões de dólares. Foi um dos 10 anos mais caros da história, ao lado de 2017, que foi mais um ano recorde em perdas seguradas: nesse caso chegaram a 90 bilhões de dólares.

Desta forma, a perda média – ajustada pela inflação – nesta década foi 660% maior do que em 1980. “Apesar do crescente risco, muitas famílias e comunidades estão mal preparadas para os desastres de hoje, e muito menos para os desastres de amanhã”, coincidem desde o ITC e o III, o que levou à necessidade de promover as plataformas inovadoras nesse sentido.

O prazo limite de inscrição é o 26 de julho de 2019. A competição é aberta a empresas com menos de cinco anos e menos de 100 funcionários. Durante o mês de agosto / 19 os semifinalistas serão anunciados, depois o público votará e os finalistas serão conhecidos.

O encerramento deste desafio será realizado no InsureTech Connect 2019, do 23 ao 25 de setembro no MGM Grand em Las Vegas, onde três finalistas serão apresentados perante um júri ao vivo. O vencedor será a insurtech que demonstre ter desenvolvido a solução de resiliência mais inovadora e prática no assunto.


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Startups de seguros começam a encontrar lugar no mercado

Reportagem da revista Exame traz que empresas começaram a apostar no uso da tecnologia no setor de seguros.

São os casos da americana Lemonade e da brasileira Youse, companhia da Caixa Seguradora. Desde 2015, ambas oferecem sites e aplicativos que permitem personalizar planos em que donos de casas e carros escolhem exatamente o que querem na cobertura. Essas startups ganharam até um apelido: são chamadas de insurtechs (mistura de insurance e technology, ‘seguros’ e ‘tecnologia’, na tradução do inglês). Sua principal missão, segundo um estudo da consultoria Deloitte divulgado neste ano, é justamente usar as plataformas digitais e a automação para reduzir os custos de aquisição de clientes e melhorar a oferta de planos com base em dados. Tudo para tentar reverter um lento crescimento do mercado mundial de seguros que já dura mais de dez anos, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

As startups de seguro atraíram bilhões de dólares em investimentos nos últimos anos e o interesse por elas vem aumentando. Desde 2013, foram registrados 972 aportes nas empresas do ramo, de acordo com a consultoria americana CB Insights. Do total, 460 negócios foram fechados só em 2017 e 2018, somando mais de 6 bilhões de dólares. A história lembra a das fintechs, startups que viraram o setor bancário de cabeça para baixo. Mas, em vez de brigar com as grandes companhias já estabelecidas, a revolução das insurtechs é diferente: colaborar com as seguradoras tradicionais é fundamental. ‘As startups de seguros não substituirão as grandes tão cedo. Elas vão trazer inovações nas vendas e explorar outros processos que hoje são ineficientes’, diz José Prado dos Reis, presidente da Insurtech Brasil, empresa que organiza eventos na área.

A tendência à colaboração é fruto do amadurecimento das startups. As pequenas empresas viram que não havia muito espaço para bater de frente com nomes consolidados do mercado. E enxergaram que as grandes seguradoras não estavam conseguindo melhorar a experiência dos consumidores. ‘Surgiram poucas empresas que cobrem toda a cadeia de valor dos seguros. Mas startups que atuam em etapas específicas â como vistoria, análise e precificação â tornaram-se fenômenos no mundo’, diz José Filippini, diretor financeiro da Youse.

A mudança na mentalidade também atingiu empresas de grande porte. Passado o ‘susto’ inicial da chegada de novos rivais, nomes tradicionais do setor começaram a investir cada vez mais em startups. Uma análise da empresa americana de inteligência de mercado S&P Global (a mesma que controla a agência de classificação de risco Standard & Poor’s) revelou que, dos aportes feitos em startups de seguro em 2017, 14 vieram de grandes seguradoras. Um exemplo é a suíça Zurich, que tem apoiado as startups do ramo. ‘Enxergamos as insurtechs como parceiras porque elas focam problemas específicos’, diz Rodrigo Barros, diretor de estratégia e inovação da Zurich no Brasil. ‘Uma grande empresa nem sempre consegue fazer isso sozinha, por não ter conhecimento necessário nem agilidade para desenvolver um produto em quatro semanas.’

Os investimentos são direcionados não só para startups que funcionam como ‘supermercados’ online de seguros â comparando as ofertas de diversas seguradoras â, como a brasileira Thinkseg e a britânica Simplesurance. As empresas olham também para soluções menos usuais. A brasileira RetinaVision capta imagens de câmeras espalhadas pela cidade e usa uma tecnologia de visão computacional para rastrear carros roubados. A startup é hoje parceira da Porto Seguro, depois de ser apoiada num programa da empresa voltado para insurtechs. Já a canadense Chisel AI usa inteligência artificial para agilizar a análise de documentos. A solução lê 400 vezes mais rápido do que humanos, ajudando uma corretora a ser mais eficiente. A ideia levou, em janeiro deste ano, o 1o lugar em um concurso de insurtechs da Zurich. ‘Os problemas das seguradoras já existiam, mas não era possível resolvê-los só contratando mais pessoas. Com as evoluções técnicas recentes, podemos contar com a tecnologia’, diz Ron Glozman, fundador da Chisel AI.

O apoio das grandes seguradoras não significa que entrar nesse mercado seja fácil. Ainda que o valor de investimentos tenha disparado no setor, o número de aportes não aumentou na mesma proporção. Pequenas empresas estabelecidas têm recebido volumes maiores de dinheiro. Mas os dados indicam um amadurecimento, não uma saturação. Uma pesquisa da consultoria britânica PwC de 2017 mostra que 46% das grandes seguradoras trabalhavam com as insurtechs. Outro estudo mais recente, da consultoria francesa Capgemini, concluiu que, hoje, 96% das empresas tradicionais de seguros planejam fazer parcerias com essas startups, e 76% delas querem contratá-las. Por isso, novas empresas ainda buscam espaço.

É o caso da brasileira Yesfurbe. Criada em 2018, a startup é especializada em ‘reformar’ celulares usados para depois fornecê-los como smartphones de reserva a clientes de seguradoras que perderam ou quebraram seus aparelhos. Outras startups também têm abraçado a colaboração, como fez a Pitzi, outra brasileira. A empresa oferece seguros e reparos para smartphones e usa inteligência artificial para definir os preços. O serviço pode ser contratado por clientes próprios ou usado por consumidores de grandes seguradoras. ‘Nosso foco hoje é viabilizar parcerias. Nós nos beneficiamos da escala dessas empresas tradicionais e levamos a elas nossa tecnologia e nosso conhecimento’, diz Daniel Hatkoff, presidente da Pitzi.

É claro que nem sempre a colaboração com as grandes é o melhor caminho para as startups. Segundo a consultoria americana McKinsey, 10% das insurtechs são como a Youse, seguradoras completas. Elas têm uma vantagem competitiva: são nativas digitais e tendem a inovar mais rapidamente do que as concorrentes. ‘É difícil que uma empresa disruptiva surja e vire o mercado de seguros de cabeça para baixo. Mas as grandes podem perder espaço aos poucos caso não inovem’, diz João Bueno, sócio da McKinsey. Ao entrar na briga da tecnologia, as seguradoras precisam acompanhar o ritmo do mercado para não ficar para trás. O lado bom é que as startups agora podem ajudá-las.

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Você teria um seguro se ele fosse como a Netflix? Startups apostam que sim

Insurtechs brasileiras investem em seguros de residências, automóveis e celulares cobrados por mensalidade e análise de comportamento

Se você contrata um seguro, provavelmente está pagando por quem sempre bate o carro, casas que pegam fogo ou celulares que insistem em cair em terrenos ásperos. O mercado de seguros arrecadou mais de 400 bilhões de reais em 2017, mas poderia faturar muito mais.

As startups já estão de olho nessa oportunidade há anos. Só com a retomada da economia, porém, esses negócios deverão ganhar destaque por aqui. A familiaridade com serviços online, como o banco digital Nubank e a plataforma de streaming Netflix, também dão um empurrão ao movimento.

Os prêmios (valores pagos por clientes às seguradoras) representaram 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2017, contra uma porcentagem de 11,3% vista nos Estados Unidos. O grande desafio está em aproveitar a maior disposição de consumir em quatro anos e fazer brasileiros detentores de menor renda acreditarem que pagar para se prevenir é importante.

O convencimento passa por acabar com a obscuridade dos processos das seguradoras. Com perfis de risco e pagamentos pouco flexíveis, os maiores contratantes de seguros são “adultos urbanos estabelecidos” e “elites brasileiras”, de acordo com a Serasa Experian: pessoas com mais de 30 anos de idade, alta escolaridade e um padrão de vida que vai de “relativamente confortável” a “alto”. Em último lugar de interesse em contratar seguros estão jovens adultos da periferia, o grupo mais representativo da população brasileira.

“Dar acesso a pessoas que não tinham seguro até então é uma grande oportunidade. Nem o corretor e nem a seguradora têm como prioridade atender o cliente de pouca renda, pelos baixos valores sobre a apólice”, afirma Paulo Marchetti, diretor brasileiro do marketplace de comparação de seguros ComparaOnline.

Com estruturas enxutas e tecnologia para escalar atendimentos, porém, suprir diversos consumidores de pouca renda pode ser um bom negócio. É nisso que apostam as insurtechs, startups que atuam no mercado de seguros, e seus investidores. No ano passado, empreendimentos inovadores que fornecem software ou distribuem seguros captaram 4,1 bilhões de dólares em investimentos, segundo a empresa de análises CB Insights. Em 2011, o valor era de apenas 140 milhões de dólares.

O passado das insurtechs: mortes pelo caminho e comparadores
O Brasil possui 37 insurtechs em operação, de um total de 453 fintechs mapeadas pelo estudo Radar FintechLab. Em 2015, eram sete insurtechs. As primeiras startups de seguros brasileiras remontam ao começo desta década.

O chileno ComparaOnline foi criado em 2009 e chegou ao Brasil três anos depois. O marketplace encontrou concorrentes nacionais que também vendiam seguros pela internet, como Minuto Seguros (2010), Bidu (2011) e TôGarantido (2014).

A Bidu foi adquirida e as outras continuam operando, mas startups de seguros mais desconhecidas ficaram pelo caminho. Havia desconfiança dos consumidores em comprar pela internet; das grandes seguradoras em colocar seus produtos nessas novas plataformas; e, por fim, dos investidores em apostar em negócios incipientes. “Algumas insurtechs morreram e outras enxugaram sua operação, especialmente pela dificuldade de acesso a capital”, afirma Marchetti.

O mercado de seguros é baseado em confiança e, com isso, há um prazo relativamente longo para o mercado amadurecer novas soluções. Para ganhar a confiança de clientes que antes falavam com corretores fisicamente, as insurtechs investiram em presença nas redes sociais e em sua reputação em sites como o Reclame Aqui.

Para as seguradoras, é preciso mostrar que a insurtech não é uma ameaça. No ComparaOnline, os distribuidores de seguradoras como Bradesco Seguros, Liberty Seguros e Mapfre ganham uma comissão de 18% sobre o valor total do seguro. O usuário vê o valor já com essa taxa embutida.

Após anos de construção de uma base de usuários, o ComparaOnline atingiu lucros em 2017. O marketplace vende 40 mil apólices por ano e obteve crescimento de 30 a 40% somando Chile, Colômbia e Brasil em 2018. “Somos o país que mais puxa os números, já que apenas a cidade de São Paulo equivale a todo mercado chileno. Mesmo assim, preferimos ter fôlego financeiro diante de jogar metas de crescimento de 100% e arriscar morrer no meio do caminho.”

A TEx, que desenvolve plataformas digitais para mais de 500 corretoras de seguros, também viu um aumento de interesse em adentrar o online. O negócio existe há dez anos. “Antes, todo mundo achava espetacular um cálculo que durava um minuto. Hoje, fazemos isso na metade do tempo, mostrando produtos de até 17 seguradoras ao mesmo tempo, e as pessoas exigem que seja mais rápido. A base de comparação dos clientes virou o Google, que pesquisa a internet do mundo interno em segundos”, afirma Emir Zanatto, chefe de operações da desenvolvedora.

O presente das insurtechs: aquele “jeito Netflix”
Criar marketplaces comparadores foi o primeiro passo para as insurtechs brasileiras. Há cerca de três anos, alguns negócios acreditaram que poderiam trazer uma renovação ao modelo, pelo uso de inteligência artificial, análise de comportamentos, cobranças mais acessíveis e cancelamentos flexíveis.

Essa é a cara da segunda leva de insurtechs no Brasil, que tomaram inspiração de unicórnios como o serviço de streaming Netflix. Nada mostra melhor a virada do que a aquisição no ano passado da antiga Bidu Seguros pela Thinkseg, uma insurtech criada em agosto de 2016.

Cocriada por Andre Gregori, sócio-fundador do banco BTG Pactual e criador da divisão BTG Pactual Seguridade, a Thinkseg enfrentou obstáculos para fazer o discurso do digital emplacar. “Era difícil ver seguradoras com vontade de ouvir, ainda que soubessem da necessidade de inovar. Eu era um agressor. Agora, todas direcionam algum investimento para o digital”, afirma Gregori.

A Thinkseg é um portal que usa algoritmos próprios para identificar o perfil do cliente, tanto pelas informações preenchidas quanto por bancos de dados e postagens nas redes. Após a análise, seleciona pacotes personalizados de seguros. “As seguradoras costumam primeiro montar um produto para depois sair vendendo. Queremos inverter essa lógica”, diz o fundador.

Há 500 mil combinações de produtos possíveis de 18 seguradoras na Thinkseg, a partir de um questionário de oito perguntas e uma análise que leva cinco segundos. O tradicional é responder de 28 a 35 perguntas e levar 20 segundos para conseguir uma cotação, de acordo com Gregori. No banco de dados há um histórico de mais de oito milhões de cotações, além de 30 mil cotações novas por mês.

Os usuários são atendidos de forma 100% digital por corretores cadastrados, área que foi reforçada com a aquisição da Bidu Seguros e seus sete anos de dados coletados e ferramentas de marketing digital desenvolvidas. A Thinkseg possui 30 mil clientes ativos e acumulou mais de 100 milhões de reais em prêmios coletados para as seguradoras, sendo que 90% dos seguros vendidos são para automóveis.

O negócio se monetiza por comissões, por ser registrado como uma corretora, e também dá bonificações às seguradoras parceiras. A Thinkseg também desenvolve tecnologias e estratégias de marketing digital para o mercado de seguros, como plataformas white label. A insurtech atingiu o ponto de equilíbrio operacional (descontando os investimentos iniciais) com um ano e dois meses de operação. Ao todo, 50 milhões de reais foram aportados na Thinkseg por seus dez sócios, seja no desenvolvimento da tecnologia, na aquisição da Bidu Seguros ou em patrocínios de peso, como o do time de futebol carioca Flamengo.

Para Gregori, o grande desafio é fazer os brasileiros sentirem a necessidade de ter um seguro. “A percepção de valor, nesse mercado, só aparece quando o cliente tem um problema. Não somos uma fintech percebida de cara como uma oportunidade para ele, como é o Nubank, por exemplo.”

A Kakau Seguros, criada no mesmo ano da Thinkseg, realizou uma pesquisa no começo do negócio e ouviu de possíveis clientes pensamentos similares, como “ter um seguro não é para mim”. “O brasileiro ganha dinheiro, controla seus gastos, começa a poupar, investe e só depois pensa em segurar. Se ter um seguro fosse como contratar a Netflix, teríamos mais segurados”, defende o cofundador Henrique Volpi.

A Kakau adotou uma estratégia similar à Netflix e realiza cobranças de mensalidades fixas, com cancelamento feito em até um dia para smartphones. Segundo Volpi, apesar de o senso comum dizer que a facilidade em parar com o plano aumentará a desistência dos usuários, o churn da Kakau é seis vezes menor do que o das seguradoras tradicionais. Uma inspiração foi a americana Trov, que permite contratar ou cancelar uma cobertura em minutos.

Os seguros residenciais custam a partir de 19,90 reais por mês, enquanto o seguro para smartphones parte de 9,90 reais mensais. “Há clientes com smartphones Motorola ou Apple, vindos do Acre ou de São Paulo”, resume Volpi. O cliente mais comum da Kakau seria uma millenial de classe C, bem diferente do consumidor comum das seguradoras tradicionais. Por trás dos seus produtos estão as seguradora American Life e Generali.

O robô de atendimento (chatbot) Ana, dotado de machine learning, resolve 80% das dúvidas dos usuários. Caso restem mais perguntas, a contratação é direcionada ao e-mails ou ao aplicativo de mensagens WhatsApp. O próximo passo da Ana é permitir a inserção de dados de identidade e de cartão de crédito, descartando a necessidade de entrar no site da Kakau.

O negócio faturou 500 mil reais no ano passado, com mais de cinco mil seguros vendidos desde setembro de 2017. A insurtech pretende faturar dois milhões de reais neste ano. Para os próximos meses, a Kakau lançará seguros para bicicletas e patinetes elétricos e de vida. A startup planeja também realizar o cancelamento em até um dia no seguro residencial. Ao todo, 10 mil seguros devem ser vendidos em 2019.

Gregori também está de olho na oportunidade que os pagamentos têm de atrair usuários. Em parceria com “uma das dez maiores seguradoras do mundo”, a Thinkseg irá oferecer uma proposta que nem mesmo a Netflix ousa: um pagamento dinâmico, baseado no uso do seguro pelo consumidor ao longo do tempo.

Na modalidade pay per use, que será lançada neste trimestre, o usuário pagará uma taxa mensal fixa para serviços como guincho e proteção a furto mais um valor mensal variável de acordo com os quilômetros rodados e sua forma de dirigir. Para Gregori, a ideia é trazer “o conceito do justo” aos seguros, impedindo que bons motoristas paguem pelos maus. É como se, na Netflix, um cliente pagasse menos por assistir a menos conteúdos. Uma insurtech que já pratica esse modelo é a americana Metromile, que leva em consideração apenas a distância percorrida. A startup estadunidense já recebeu 300 milhões de dólares em investimentos.

De acordo com a consultoria Accenture, 86% das seguradoras acreditam precisar inovar rapidamente para se manterem competitivas. Segundo o CB Insights, não seria surpreende se as insurtechs seguissem o mesmo caminho de outras fintechs e as grandes instituições virassem compradoras de soluções. Disponibilizar seus produtos nos marketplaces dessas startups já é um início de associação.

As insurtechs começaram a ser mencionadas em conferências de resultados de grandes empresas na virada de 2016 para 2017, quando o segmento de fintechs já estava amadurecido. Hoje, Allianz, AXA CL, Munich Re e Swiss Re estão entre as seguradoras que mais fazem parcerias com negócios tecnológicos a nível mundial. Desde 2017, houve mais de 180 associações do tipo, segundo a empresa de análises CB Insights.

O próximo passo para as grandes seguradoras é se associarem não apenas às insurtechs, mas a startups de outros setores, como os de logística e mobilidade urbana. A corretora online de seguros com capital aberto Zhong An firmou uma parceria com o serviço de delivery Grab para a venda de seguros pelo aplicativo de entregas. Enquanto isso, a Allianz aportou 35 milhões de dólares na empresa de mobilidade Go-Jek, da Indonésia.

O inverso também é tendência: empresas de outros setores entrarem para o mercado de seguros. A Didi Chuxing, empresa de mobilidade urbana que comprou a brasileira 99, adicionou seguros de automóvel e de saúde como uma opção a seus motoristas. Também na China, a gigante Tencent possui a agência online de seguros WeSure, em parceria com 20 seguradoras.

Na Índia, a empresa de pagamentos móveis e carteiras digitais PayTm começou a vender seguros e afirma ter se tornado a maior plataforma digital do tipo no país. O negócio possui investimentos da gigante chinesa de tecnologia Alibaba e do megainvestidor Warren Buffett. A PayTm sofre concorrência pesada das varejistas tecnológicos, como Flipkart, investida do fundo bilionário SoftBank, e a gigante americana Amazon.
No Brasil, um caso pioneiro foi a criação da plataforma online de seguros Youse, em 2015, a partir de um aporte 500 milhões de reais da Caixa Seguradora, da Caixa Econômica Federal.
Um obstáculo para o desenvolvimento de mais inovações é a falta de uma regulação, a exemplo da vista com fintechs de crédito e com bancos digitais. “Não vejo uma disposição similar à do Banco Central na Susep [Superintendência de Seguros Privados], por ser um órgão extremamente sobrecarregado e por ainda sermos vistos como ‘patinhos feios’. Como insurtechs, infelizmente não podemos correr atrás de uma regulação. Ela que corre atrás de nós”, afirma Marchetti, do ComparaOnline. Se o mercado quer conquistar a classe C, já passou da hora de mostrar serviço.

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