Enquanto o mercado de previdência privada demonstra estagnação em número de contribuintes e os montantes acumulados nos fundos já não crescem como no passado, seguradoras apostam em novos produtos para conquistar clientes. A estratégia agora está em aportes mensais menores e opções de fundos que tomam maior risco para o investimento, tanto em renda fixa quanto variável.
A busca por investidores com aporte menor foi o que motivou a Brasilprev, empresa do Banco do Brasil líder do mercado de previdência complementar, a lançar em setembro o Brasil Prev Fácil, no qual é possível investir mensalmente R$ 100 – aporte que até era possível antes, mas que agora tem taxas reduzidas e condições simplificadas. Já foram fechados 175 mil novos planos nessa modalidade para 160 mil novos clientes.
“Os planos de previdência, em geral, são difíceis de entender. O investidor tem de fazer escolhas entre tipos diferentes de tributação, se converterá em renda ou não, se deve tomar mais ou menos risco, são muitas variáveis. Os clientes pensam em investir para aposentadoria, mas a complexidade do assunto dificulta. Vimos que essa opção simplificada atraiu mais pessoas”, explica Marcelo Wagner, diretor financeiro da Brasilprev.
Nesse produto, o cliente é direcionado para um plano VGBL, no qual a tributação é aplicada sobre o ganho de capital, e que é indicado para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda.
“É muito difícil alguém se arrepender da opção VGBL. Para contratar um PGBL (opção indicada para quem faz declaração completa do IR e que possibilita desconto na tributação), a pessoa tem de estar mais convicta. O VGBL possibilita também que, no caso de resgate do dinheiro, a carga tributária não seja tão alta”, explica Wagner. O investimento do plano é em um fundo de renda fixa que pode adquirir títulos mais longos do Tesouro, além de opções pós-fixadas.
Na mesma linha, a Bradesco Seguros lançou em março um plano com aporte mínimo mensal de R$ 50, que também investe em renda fixa.
[imagem]