Para Armínio Fraga, saúde não é gasto mas investimento. “Pessoas vão viver mais e trabalhar mais”, afirmou durante 5º Fórum FenaSaúde

No painel “A saúde e as relações entre estado, sociedade e mercado”, do 5º Fórum FenaSaúde, Armínio Fraga, fundador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e ex-presidente do Banco Central, retratou a importância da saúde suplementar e a necessidade de inovação e gestão para que ela seja eficiente, o que inclui também o setor público.“No Brasil, a política de saúde tem uma dimensão social importante, para a maioria das pessoas eventos de saúde são catastróficos, por isso, é importante que elas tenham o seguro saúde.

O mercado de saúde não é um mercado qualquer, grandes riscos precisam ser segurados. A saúde, de certa maneira, é um bem público, eu tenho evitado de falar em gasto com saúde, mas em investimento. As pessoas vão viver mais, mas também vão trabalhar mais”.Segundo ele, é preciso dar foco à Atenção Primária à Saúde e evitar desperdícios. “Outro tema que vejo como importantíssimo diz respeito à modulação de coberturas. Já existe bastante modulação, mas não é obvio para mim que mais variedade trará grandes ganhos, a partir do momento que fica complicado para as pessoas entenderem. Acho que o que já existe é razoável”.

Sobre modelos de remuneração, Fraga acredita que não existe uma única solução. Ele também defendeu que é preciso criar incentivos para investir mais em promoção e prevenção da saúde, através de parcerias com outras áreas do governo, como por exemplo, entre educação e saúde, e comentou sobre a judicialização.“A justiça vai além do ROL de procedimento, alegando que a Constituição garante tudo. Não é possível oferecer o mesmo padrão de saúde para todos, mesmo com o melhor nível de eficiência para todo mundo. A incorporação deve ser baseada em evidência e valor, e a judicialização impacta o ROL de procedimentos”.

Inclusão

Para as mudanças necessárias, Vera Valente, diretora Executiva da FenaSaúde, falou sobre a agenda da saúde suplementar consolidada pela entidade, com o objetivo de dar acesso a quem hoje está fora do sistema. “80% dos planos são empresariais, a saúde suplementar está vinculada ao emprego e à renda. Houve mudanças no mercado de trabalho, pessoas estão trabalhando em casa e o que propomos é a volta do plano individual”.

Desde 2015, a saúde suplementar perdeu três milhões de beneficiários que foram para o SUS. “São 162 milhões de pessoas que dependem dele e o sistema está sobrecarregado. Propomos a volta do individual, mas ele tem que ser economicamente viável, o que passa pelas questões de reajustes que trarão uma busca pela eficiência.

A competição é boa para o consumidor, ele já tem o mecanismo da portabilidade”.De acordo com a executiva, a modulação permite atender às necessidades individuais e capacidades de pagamento. “Quando falamos em criar o ambulatorial puro, ele atende demandas, mecanismos financeiros e não financeiros para contenção de custos e coparticipação e franquias (simples e agregada anual). Hoje, em torno de 70% dos contratos têm coparticipação e temos defendido a franquia agregada anual”.

__________________________________________________________________________________________________________

Venha debater esse assunto no Bom Dia Seguro, o maior grupo no WhatsAPP exclusivo para Profissionais de Seguros de todo Brasil.

Realize o seu cadastro através do link e venha compartilhar conhecimento: https://www.cqcs.com.br/cadastre-se/

Caso você já seja cadastrado no CQCS, envie um Fale Conosco solicitando participar do grupo. Link: https://www.cqcs.com.br/fale-conosco/

O post Para Armínio Fraga, saúde não é gasto mas investimento. “Pessoas vão viver mais e trabalhar mais”, afirmou durante 5º Fórum FenaSaúde apareceu primeiro em CQCS.