Os acessórios encontrados nos 13 carros que foram retirados de uma pedreira desativada em Salto de Pirapora (SP) reforçam a investigação da Polícia Civil de que se trata de um “golpe do seguro”.
Durante a perícia, foram encontrados rádios, volantes, câmbio e bancos de couro, o que não é comum em veículos roubados ou furtados, já que os criminosos tendem a retirar as peças.
Conforme apurado pelo G1, há denúncias de que o local era usado para desovar esses veículos usados nos golpes.
Segundo a polícia, nesse tipo de crime, o dono alega que teve o carro furtado ou roubado. Em seguida, aciona a seguradora para conseguir o dinheiro da apólice, que corresponde ao valor integral, de acordo com o preço de mercado.
No entanto, o valor é, muitas vezes, maior do que o preço pelo qual o veículo seria vendido. Então, o dono dá um fim ao veículo ou paga alguém para fazer isso.
Nesses casos, se provado, o dono pode responder por, pelo menos, dois crimes: estelionato e falsa comunicação. Além disso, também pode responder por associação criminosa.
Trabalho da perícia
Segundo o perito Luis Gustavo, um laudo detalhado do exame metalográfico, nome dado ao procedimento com a finalidade de recuperar a numeração original, será emitido à investigação.
“A dificuldade foi o estado de conservação dos veículos. Todos com lama, amassados e dificuldade para abrir o capô. Tudo isso para acessar a base onde estavam os números de registro”, explicou ao G1.
Os quatro carros que ainda não haviam sido vistoriados foram periciados na sexta-feira (2). O trabalho deveria ter sido finalizado na quinta-feira (1º), mas os veículos precisaram ser desempilhados, o que dificultou o trabalho.
Dos carros encontrados, ao menos oito estão em nome de seguradoras e com queixa de roubo ou furto. Além disso, pelo menos dois veículos apresentaram sinais de adulteração. A partir de agora, os peritos irão elaborar os laudos, que serão entregues à Polícia Civil.
Retirada
O trabalho para remover os carros e a moto achados na pedreira foi realizado no dia 25 de setembro e contou com o apoio da Defesa Civil e de peritos da Polícia Científica.
Para a força-tarefa de retirada foram usados um barco e uma retroescavadeira, responsável por içar os veículos até a margem, que fica a 50 metros de altura. Segundo a delegada Fernanda Ueda, a polícia acredita que outros veículos ainda estejam na região.
Encontro