Evento do CVG-SP apontou a necessidade de coberturas in\u00e9ditas, maior uso da tecnologia e de produtos com foco no perfil do cliente e proposta de valor.<\/p>\n
Apesar do bom desempenho registrado no ano passado, quando cresceu quase 10%, o seguro de vida ainda n\u00e3o desenvolveu todo o seu potencial de expans\u00e3o \u2013 apenas 19% dos brasileiros possuem esse seguro, segundo estudo da Universidade Oxford. Para Silas Kasahaya, presidente do Clube Vida em Grupo S\u00e3o Paulo (CVG-SP), a expans\u00e3o dos seguros de pessoas, em especial do seguro de vida, passa pela cria\u00e7\u00e3o de novos produtos e formas de distribui\u00e7\u00e3o que atendam \u00e0s necessidades de prote\u00e7\u00e3o da gera\u00e7\u00e3o atual e dos novos consumidores.<\/p>\n
\u201cEssa diversidade de gera\u00e7\u00f5es traz impactos demogr\u00e1ficos e requer nova formata\u00e7\u00e3o dos produtos de vida\u201d, disse Kasahaya durante sua participa\u00e7\u00e3o na media\u00e7\u00e3o do Workshop \u201cO cen\u00e1rio atual no desenvolvimento de produtos de vida\u201d, realizado pelo CVG-SP, no dia 21 de fevereiro, no audit\u00f3rio do Sindseg-SP.<\/p>\n
Debatedora no evento, Asenate Souza, coordenadora da \u00e1rea de Or\u00e7amentos e Aceita\u00e7\u00e3o Vida e Previd\u00eancia na Porto Seguro, observou que a ind\u00fastria de seguros tem evolu\u00eddo na ado\u00e7\u00e3o de novas tecnologias e na cria\u00e7\u00e3o de produtos adaptados ao perfil do consumidor, mas ressaltou que a mudan\u00e7a precisa ir al\u00e9m. \u201cA inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve ficar restrita ao desenvolvimento de novos produtos, e sim a todo o processo. Isso significa processos \u00e1geis e simples e comunica\u00e7\u00e3o clara e assertiva a fim de atingir todos os perfis de clientes\u201d, disse.<\/p>\n
Na avalia\u00e7\u00e3o de Aline Cipolla, gerente de Produtos Vida e Dental na Metlife, o mercado de seguro de pessoas precisa se reinventar e, ainda, oferecer uma proposta de valor. \u201cCriamos produtos pensando no pai de fam\u00edlia, nas pessoas solteiras ou para doen\u00e7as graves. S\u00e3o v\u00e1lidos estes produtos, mas precisam ter valor e fazer sentido para o consumidor. Por isso, o primeiro passo \u00e9 entender o cliente\u201d, disse.<\/p>\n
Gustavo Arruda, coordenador de Novos Produtos na Icatu Seguros, aproveitou a deixa para apresentar o perfil do novo consumidor, extra\u00eddo de um estudo encomendado pela Icatu Seguros. \u201cOs nativos digitais querem praticidade, comunica\u00e7\u00e3o simples, r\u00e1pida e sem burocracia. N\u00e3o gostam de preencher longos question\u00e1rios, fazem tudo pelo celular, valorizam experi\u00eancias e n\u00e3o se preocupam em acumular bens\u201d, disse.<\/p>\n
\u201cO foco nas novas gera\u00e7\u00f5es \u00e9 importante, mas n\u00e3o podemos nos esquecer das gera\u00e7\u00f5es atuais\u201d. O alerta partiu de um dos debatedores, Tiago Moraes, que \u00e9 respons\u00e1vel pela \u00e1rea de Produtos e Opera\u00e7\u00f5es da Mitsui Sumitomo Seguros. Ele reconhece que o uso de novas tecnologias no seguro \u00e9 \u201cum caminho sem volta\u201d, por\u00e9m, adverte que a dificuldade de comunica\u00e7\u00e3o com o cliente ainda permanece. \u201cTemos de come\u00e7ar a distribuir valor, em vez de produto\u201d, disse.<\/p>\n
Disrup\u00e7\u00e3o em seguro<\/p>\n
Al\u00e9m do foco nas novas gera\u00e7\u00f5es, Gustavo Toledo, diretor Rela\u00e7\u00f5es com o Mercado do CVG-SP, entende que tamb\u00e9m \u00e9 preciso investir em nichos para aumentar a penetra\u00e7\u00e3o do seguro de vida. Em sua vis\u00e3o, a espera pela aprova\u00e7\u00e3o do Universal Life n\u00e3o pode justificar a falta de inova\u00e7\u00e3o, que tem a ver com disrup\u00e7\u00e3o. \u201cVejam o exemplo da Uber, que for\u00e7ou a mudan\u00e7a de mercado. Esse \u00e9 o nosso desafio\u201d, disse.<\/p>\n
Gustavo Arruda foi buscar um conceito muito usado no mundo digital, que \u00e9 a oportunidade do micro-momento, ou seja, pequenas fatias de tempo em que as decis\u00f5es do cliente acontecem. \u201cO cliente vive diversos micro-momentos. Qual seria o push (notifica\u00e7\u00e3o por celular) para fazer uma oferta de seguros?\u201d. Em sua vis\u00e3o, o mercado deve aproveitar os micros-momentos do cliente, como o nascimento do filho ou uma viagem, para gerar uma experi\u00eancia de compra.<\/p>\n
Inova\u00e7\u00e3o em coberturas<\/p>\n
Como mediador do evento, Kasahaya questionou os debatedores em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 inova\u00e7\u00e3o na formata\u00e7\u00e3o de coberturas do seguro de vida. Aline Cipolla citou o avan\u00e7o da cobertura de doen\u00e7as graves, que cresceu mais de 12% no ano passado, segundo dados da Susep. Segundo ela, a MetLife tem revisitado essa cobertura, por meio da atualiza\u00e7\u00e3o da lista de doen\u00e7as, consultoria com m\u00e9dicos e an\u00e1lise de sinistros. \u201cTamb\u00e9m revisamos sa\u00fade e perda de renda e verificamos que algumas assist\u00eancias nunca eram usadas\u201d, disse.<\/p>\n
Aline Cipolla lembrou, ainda, que na \u00c1sia e \u00c1frica \u00e9 poss\u00edvel contratar seguros para curto per\u00edodo de tempo e at\u00e9 para determinada enfermidade, como c\u00e2ncer ou diabete, caso da China. Outros pa\u00edses oferecem descontos para quem adota estilo vida mais saud\u00e1vel. \u201cIsso quebra os padr\u00f5es que trabalhamos e nos provoca a pensar se n\u00e3o podemos fazer o mesmo para aproveitar as oportunidades\u201d, disse. \u201cNesse sentido, j\u00e1 estamos amadurecendo\u201d, afirmou Tiago Moraes.<\/p>\n
Ao final da segunda parte do evento, dedicada ao debate com a plateia, Kasahaya comentou o sucesso do workshop. Ele informou que devido \u00e0 lota\u00e7\u00e3o do audit\u00f3rio, o CVG-SP j\u00e1 possu\u00eda uma lista de espera de mais de 60 inscritos para uma eventual segunda edi\u00e7\u00e3o do evento. \u201cO ano est\u00e1 apenas come\u00e7ando e j\u00e1 temos a agenda do semestre com eventos marcados para abril (11\/04), para discutir a reforma da Previd\u00eancia, e maio (23\/05), quando receberemos o novo presidente da FenaPrevi\u201d, disse.<\/p>\n
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