ISABELA BOLZANI<\/p>\n

Com o desempenho aqu\u00e9m do esperado no segmento de autom\u00f3veis, as coberturas de vida e residencial deram f\u00f4lego ao resultado das seguradoras no primeiro trimestre. Para 2019, a expectativa \u00e9 de ascens\u00e3o digital e de cria\u00e7\u00e3o de produtos mais espec\u00edficos.<\/p>\n

As quatro maiores seguradoras do Pa\u00eds (BB Seguridade, Bradesco Seguros, SulAm\u00e9rica e Porto Seguro) somaram R$ 3,253 bilh\u00f5es de lucro l\u00edquido no primeiro trimestre deste ano, um avan\u00e7o de 15,23% frente ao registrado em 2018 (R$ 2,823 bilh\u00f5es).<\/p>\n

Entre os principais avan\u00e7os da carteira, o seguro de vida e a cobertura residencial foram os maiores destaques. De acordo com o primeiro vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de S\u00e3o Paulo (Sincor SP), Boris Ber, apesar do \u201ccompasso de espera\u201d do mercado em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 macroeconomia, esses produtos se destacaram.\u201cAssim como o restante do Brasil, o setor de seguros estava com as expectativas um pouco mais altas do que efetivamente est\u00e1 acontecendo. Algumas \u00e1reas, por\u00e9m, acabam se destacando de forma surpreendente, como o seguro de vida, que desde o ano passado tem demonstrado um avan\u00e7o inesperado. Muito disso vem de algumas indeniza\u00e7\u00f5es mais espec\u00edficas que vem sido ofertadas\u201d, explica o executivo do Sincor.<\/p>\n

Os \u00faltimos dados da Superintend\u00eancia de Seguros Privados (Susep) apontam que os pr\u00eamios ganhos com o produto compreensivo residencial avan\u00e7aram 10,6% nos primeiros tr\u00eas meses deste ano contra igual intervalo de 2018, de R$ 665,4 milh\u00f5es para R$ 736,1 milh\u00f5es. J\u00e1 o seguro de vida em grupo apresentou um aumento de 5,3% na mesma compara\u00e7\u00e3o, de R$ 2,621 bilh\u00f5es para R$ 2,761 bilh\u00f5es.<\/p>\n

No caso da ap\u00f3lice residencial, Ber explica que parte do avan\u00e7o vem principalmente pela forma como a cobertura tem sido apresentada. \u201cO produto deixou de ser simplesmente um seguro residencial para ser tamb\u00e9m uma assist\u00eancia e isso ajuda bastante na venda\u201d, acrescenta o executivo.<\/p>\n

Ao mesmo tempo, a entrada das insurtechs no mercado tamb\u00e9m tem impulsionado um crescimento nos resultados. Para o CEO da Thinkseg, Andre Gregori, esse movimento n\u00e3o somente colabora para a vinda de novos segurados como tamb\u00e9m incentiva a cria\u00e7\u00e3o de produtos diferenciados.<\/p>\n

\u201cApesar das incertezas que ainda existem no Pa\u00eds, diversos setores t\u00eam se destacado exatamente porque as ap\u00f3lices s\u00e3o vendidas de forma simplificada e personalizada. \u00c9 o que tem acontecido nas coberturas de autom\u00f3veis e de vida, por exemplo, que avaliam mais o comportamento do segurado do que um perfil generalizado. Isso se traduz em pre\u00e7os mais justos\u201d, avalia Gregori.<\/p>\n

Ele completa que, ao mesmo tempo, a digitaliza\u00e7\u00e3o do mercado segurador e a entrada de novas gera\u00e7\u00f5es no setor tamb\u00e9m tem trazido mudan\u00e7as. \u201cO segmento evolui conforme as inova\u00e7\u00f5es chegam, ent\u00e3o tamb\u00e9m vemos outras iniciativas acontecendo, como seguros de bicicletas, skates e patinetes, por exemplo, acompanhando a demanda desses novos clientes\u201d, diz o CEO da Thinkseg.<\/p>\n

Ber, vice-presidente do Sincor, avalia que a todo esse cen\u00e1rio tamb\u00e9m se acrescenta as solu\u00e7\u00f5es de sinistro por meio de aplicativos e a chegada de produtos mais enxutos, \u201cque possam excluir coberturas que n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o importantes para a realidade dos clientes de hoje\u201d.<\/p>\n

\u201c\u00c9 importante ressaltar, no entanto, que esses meios digitais carecem de uma regulamenta\u00e7\u00e3o. Mas j\u00e1 vivemos uma revolu\u00e7\u00e3o digital no setor e \u00e9 um caminho sem volta\u201d, complementa o executivo.<\/p>\n

Produtos corporativos<\/p>\n

No que concerne os seguros para pessoas jur\u00eddicas, os executivos entrevistados pelo DCI apontam a vinda de produtos simplificados tamb\u00e9m para os micro e pequenos neg\u00f3cios.<\/p>\n

Ainda conforme dados da Susep, os pr\u00eamios ganhos pelo mercado com o compreensivo empresarial chegaram a R$ 606,1 milh\u00f5es no primeiro trimestre, alta de 15% em compara\u00e7\u00e3o a igual per\u00edodo de 2018 (R$ 527,2 milh\u00f5es).<\/p>\n

Para Ber, os produtos corporativos devem, inclusive, deslanchar antes mesmo do que os voltados para pessoas f\u00edsicas. \u201c\u00c9 um mercado que j\u00e1 come\u00e7a a caminhar e que est\u00e1 esperando a retomada econ\u00f4mica para vir com mais for\u00e7a. Isso deve acontecer j\u00e1 no segundo semestre\u201d, conclui.
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